Novo MundoDe frente à minha porta passa um homem devagar, dizem dele é bom moço tem o mundo no andar. Espreito à janela só para o espiar, de casaca apertada calça engomada, chapéu coco de pensar. Tem a fome no olhar
Vou fechar a minha porta, resistir. Vou fechá-la a sete chaves, resistir. Tenho a fome no olhar.
O estrangeiro que me atenta é mistério que me afronta, é o peito ofegante palpitação suada, vou lavar a roupa ao tanque esquecer-me desse que habita os meandros da lascívia, luxúria. Ah tentação nem sabia que existia em mim tal coisa, tentação de deixar a porta aberta, mal falada, descoberta.
Que me leve desta terra nem tem água nem erva, e o gado morre à sede
Esta sede
Tanta sede
Leva-me desta aridez
Quero um fruto tropical